por Mário Medina
Todas as medidas
do chamado ajuste fiscal de Dilma/ Levy, como o mega-corte de cerca
de 70 bilhões no orçamento da União, com vultosíssimas quantias
retiradas de áreas notadamente em crise, como educação e saúde; o
endurecimento nas regras de benefícios como seguro desemprego e
pensões por morte; tudo em função de garantir o pagamento
religioso dos juros da divida pública, fazem do Governo Dilma um
governo cada dia mais impopular, e do PT, um partido cada vez mais
rejeitado.
Os discursos de
campanha fizeram com que milhões de brasileiros acreditassem no PT e
depositassem suas esperanças no voto em Dilma. Diante da ameaça do
retorno tucano, outros milhões optaram pelo voto útil em Dilma pra
barrar um eventual ascenso da direita. Pois bem, agora esses milhões
de brasileiros amargam a crise recessiva com um governo que, a
despeito de se reivindicar do Partido dos Trabalhadores, governa como
árduo defensor dos interesses da elite, cortando na carne direitos
históricos da população, fazendo com que os mais pobres paguem
pela crise.
A contradição
do PT é tão grande que uma ala de parlamentares se recusam a votar
nas medidas 664 e 665 e já falam em abandonar o partido. Tudo isso
porque Dilma e o PT se apegaram tanto ao poder que preferem continuar
administrando o estado brasileiro ainda que seja pra manter a pose. As
pessoas mais razoáveis a uma hora destas já notaram que o PT
não manda mais em nada.
O PT virou
completo refém da máquina, um mero boneco de
ventríloquo nas mãos do PMDB e da alta burguesia brasileira. O PT
caminha por uma degeneração sem volta; e caminha mesmo para
desfiliações em massa e rachas incontáveis. Uns pela direita, como
Marta que abandonou o barco e optou pelo PSB como destino; mas também
com dissindências de parlamentares e figuras públicas mais
progressistas que recusam em centralizar-se diante dos ataques
desferidos ao conjunto dos trabalhadores.
O
Brasil assiste
a queda do mais importante partido da volta à democracia, um partido
que por anos, talvez, décadas, serviu de referência aos
trabalhadores e jovens que ansiavam por um país livre do poder das
oligarquias e de seus caciques; partido que capitalizou os sonhos
libertários de toda uma geração de lutadores, mas que agora chega à sua
ruína, e, em seu afã pelo poder, distribui maldades a torto e
a direito.
Oxalá os
partidos da esquerda revolucionaria filiem essa camada de petistas
honestos e descontentes e consigam diferenciar-se do PT em suas
trajetórias. A historia se repete primeiro como tragédia, depois
como farsa. Estaremos aqui lutando para construir uma oposição
operária e comunista. A tarefa agora é construir um partido operário e
revolucionário pra reagrupar lutadores e militantes, e servir de
referência em tempos de tanta crise de referência.