sábado, 7 de julho de 2018
Chuta pro gol, filho da puta!
O futebol brasileiro carece de objetividade, né. Fato. Não adianta ter um futebol habilidoso, bonito, envolvente, se na hora da finalização não se acerta o gol. Em geral, pra fazer gol, o jogador precisa bater a bola com força e no canto do goleiro, como o atacante belga De Bruyne fez no segundo gol contra o time do Brasil.
Neymar e Coutinho tem uma boa técnica pro arremate de fora da área, mas não chutavam pro gol. Coutinho chegou a acertar uma pancada no meio do gol, defesa fácil pra Courtois. No final do jogo Neymar finalizou bem de fora da área, e com um pouco mais de esforço o goleiro dos caras foi buscar. William, que também acerta bons chutes a meia distância, não entrou muito inspirado e teve que sair pra substituição.
Aliás, por falar em substituição, Tite não teve a felicidade de trocar as peças certas. Meteu em campo pra jogar desde o início um cara como o Fernandinho, remanescente dos 7 x 1, e foi previsível e nada criativo na hora em que precisava virar o placar pra continuar na copa.
O time do cara é bom, o esquema não é retranqueiro, tirando um ou outro o nível técnico é altíssimo, etc, mas, porra, por que não manda os caras chutarem com força pro gol? Por que não manda os caras arrematarem logo ao invés de ficarem tentando furar a retranca adversária enquanto corre o tempo pra eliminação? Será que esses caras não treinam finalização?! Não é possível!
O futebol brasileiro é muito bonito de se ver, é admirável, no melhor estilo sul-americano de criação no meio de campo, com dribles, ginga, elegância de movimentos. Só precisa de um mínimo de disciplina tática e de objetividade. Se não for assim, aí a gente vai ter que se acostumar a perder pra times europeus de muito menor expressão mas que jogam com inteligência e razão. Nosso estilo de jogo expressa uma filosofia, uma estética, faz parte da nossa singularidade e encanta o mundo todo porque realmente é de uma beleza incrível; mas precisa ser mais assertivo pra sobreviver a tempos pragmáticos. Tem horas em que é preciso bater pro gol, tem horas em que é preciso bater forte, bater no canto. Nosso problema, além da falta de pulso e visão de Tite, é não ter atacantes do calibre de outrora. Romário e Ronaldo fazem falta nessas horas. Outras seleções, com elencos limitados e muito inferiores a esse de agora, tinham centroavantes que metiam gol porque desbravavam as defesas adversárias de modo arrojado, porque não temiam enfiar um bico na hora de fazer um gol. Poderia ficar aqui citando vários jogadores.
O Gabriel Jesus precisa alisar menos a bola e acertar mais o gol. O menino é brilhante, corre, se esforça, mas tem que chutar pro gol, porra! Com esse Jesus aí a gente fica sem salvação.
Vamos ver se agora o pessoal fica mais esperto com o desmonte que os golpistas estão nos impondo. Em política a gente anda alisando muito a bola também. Tem que entrar duro metendo a bicuda na canela, com greve geral e os caraio! Me perdoem as palavras pouco amenas e um tantinho virulentas. A luta de classes está comendo solta. É preciso agir como um operário de fábrica nessas horas. Sem firúlas, mas com firmeza.