sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Jogo de cartas marcadas / Perdedores afiançando a roubalheira

                           
Vai ser uma instigante saga essa candidatura do PT. Os caras vão ter que correr contra o tempo pra transferir os votos do Lula pro Haddad. Com menos tempo de tv, a campanha fica meio comprometida. E vão ter que tentar encaixar o Haddad nos debates. Além de fazer a campanha toda com Lula preso e impedido de gravar programas. Tem que ver se eles vão conseguir transparecer toda essa maracutaia midiática de perseguição ao partido. Aí pode ser que consigam ir ao segundo turno.
O cerco tá bem fechado pro PT. Mas os caras insistem nos recursos judiciais, nas dobradinhas com as oligarquias golpistas, nas alianças com as figuras mais que oportunistas do centrão, etc. Uma estratégia eleitoreira falida em meio à  circunstâncias as mais hostis. Tudo pra manter seu filão no parlamento ultra-degradado da política institucional brasileira. O PT não cansa de lutar contra a realidade.
Quem perde com isso é o povo, ludibriado pra acreditar numa política que não tem mais espaço dentro do contexto de crise sistêmica do capital. As elites seguirão impiedosas na aplicação das austeridades. O povo que se vire sem emprego, sem renda, nas desventuras da informalidade, comendo o pão que o diabo amassou dentro das novas regras trabalhistas impostas pelo golpismo, na inadimplência, na miséria, com tarifas insustentáveis, salário mínimo estagnado, etc. O Brasil foi entregue aos abutres. Virou plataforma de mão de obra barata para os patrões e lucros fáceis àqueles que vivem de juros e rentismo. Os magnatas tem a grande imprensa à sua disposição, judiciário servil e forças armadas dispostas a intervir sempre que necessário.
O jogo tá armado, o pessoal tá em campo, mas o resultado já foi decidido pelos donos do poder. E eles não permitirão nada fora de uma margem previamente estabelecida para o ganho da banca.
O PT tá disponível aos senhores da situação se assim for do agrado destes. O PT, a despeito de ser rejeitado para a gestão de turno do capital, tá numa situação cômoda à medida que mantém a hegemonia do aparato burocrático dos sindicatos e segue elegendo bancadas parlamentares Brasil afora. O PT tá cumprindo seu velho papel de esquerda do regime burguês estabelecido. É um papel necessário ao habitual andamento do regime, pra contrabalançar com as direitas na polarização político-ideológica aceita pelo sistema.
Como dito no início do artigo, é um jogo político que pode ser ou parecer instigante, mas que já tem seus horizontes bem delimitados. Por isso a opção dos comunistas em não se envolver com o circo armado mas, pelo contrário, apontar aos trabalhadores as saídas extra-institucionais, que são as saídas determinantes na luta de classes. Nem a candidatura do PSTU, que fala em revolução socialista, tá a serviço da emancipação política dos trabalhadores. Aliás, o PSTU ao longo dos anos já deu mostras suficientes do lado que está. Diante do golpe e da avacalhação que se tornou essa eleição, pra presidente a gente vai de voto nulo.

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