Ontem tava procurando coisas interessantes na Netflix e me deparei com esse filme. De 2017. Desconhecia sua existência. Peguei pra ver e achei realmente muito bom.
É um documentário realizado por um jornalista norte-americano, Jon Alpert, que começa a viajar pra Cuba aos vinte e poucos anos, em 1975. Ao longo dos anos ele volta à ilha muitas vezes e visita as mesmas pessoas, pra saber como elas estão. E nisso vai fazendo amizades. Por mais de 40 anos Alpert acompanha essas pessoas, uma delas o comandante Fidel Castro, com quem Alpert estabelece também uma bonita relação de amizade.
É um filme muito bonito, muito comovente. Além de tratar do desenvolvimento da situação política no país, claro, ao longo de praticamente todos os períodos da revolução cubana, o filme tem esse olhar sobre o tempo, o envelhecimento dos personagens, suas dores, suas dificuldades, seus altos e baixos, em excelentes ensejos para a reflexão existencial.
Cuba e o Cameraman é um elogio ao magnífico povo cubano, ao seu espírito revolucionário, de soberania e de grandeza. Um povo que soube contornar os momentos mais graves e assustadores de um embargo econômico permanente, um embargo criminoso e extremamente vil. Com o fim da União Soviética, na década de 90, este povo precisou se reinventar e se sustentar com o turismo, sem abandonar a revolucionária e gloriosa trajetória de insubmissão ao monstro imperialista americano.
Praticamente todos os personagens do filme expressam essa grandeza moral, essa disposição para a luta e para a autodeterminação cubana. São personagens que expressam a simpatia e a alegria de seu povo, sua força e sua humanidade.
Os personagens mais emblemáticos são três irmãos velhinhos que trabalham como camponeses. De uma energia absolutamente impressionante. O retrato perfeito da simpatia cubana e da resistência de seu povo. Além de Fidel, claro, um homem que a câmera de Alpert revela ser muito mais que o carismático líder político e cérebro da revolução. Fidel se revela cordial e sensível. Um homem verdadeiramente admirável e por quem o jornalista genuinamente se afeiçoa.
Uma das cenas mais bonitas do documentário é o jornalista carinhosamente beijando a testa de Fidel já velhinho, poucos meses antes de sua morte.
Recomendo bastante esse filme. Não percam. É o tipo de filme que não podemos deixar de conferir. Uma pérola. Uma história imperdível da grandeza da revolução cubana e de seus personagens, sejam figuras públicas ou anônimos homens do povo.
Viva a revolução cubana!
O sentido da vida é se insurgir contra as injustiças do mundo.