Uma amiga querida me sugeriu de escrever sobre obesidade. Respondi que o tema dá pano pra manga. E bota pano nessa manga! Muito pano. Uma das queixas mais frequentes entre gordinhos é a dificuldade de encontrar roupas que lhes sirvam. Eu mesmo sofro com esse negócio de roupa; não por inconvenientes na hora de ir ás compras, mas por perder roupas que outrora me serviam. E a idade vai chegando e a gente nunca emagrece. Acaba perdendo a roupa.
Um dia desses vi numa matéria de jornal que fica mais difícil perder peso depois dos 30. E a obesidade é um fantasma que me persegue. Eu literalmente tenho corrido contra ela. Me explico. Acontece que meu índice de massa corpórea está em 29, e a média é entre 20 e 25. Eu tô no limite do sobrepeso, que engloba os IMC's de 25 a 30. Do 30 em diante é obesidade. E pra combater o fantasma do ''grau obeso'' eu costumo correr no parque.
No início eu corria pra emagrecer. Hoje já me contento em correr pra manter o peso ou não engordar mais. Tomo um remédio que retém líquido e aumenta o apetite, já passei dos 30, como disse lá em cima, e tenho de admitir que tenho um biotipo mais propenso ao rechonchudo que ao atlético.
E a gente tem que se aceitar como é, né. Difícil aceitar nossas limitações. Mas também fica mais fácil pra relaxar diante da inegável verdade ou da inviabilidade evidente. Tá ok, a mãe natureza me fez mais fofo que o comum e não tem mesmo como ser magrinho. Melhor engolir a seco esse destino e não me afligir muito diante de uma apetitosa barra de chocolate ou algo similar.
Aliás, dá pra pensar numa bariátrica pra daqui uns anos. Conheço muita gente que fez e se deu bem, tá magrinho por aí curtindo a vida com saúde. O negócio melhora mesmo a autoestima.
E outra, é melhor pensar em entrar na faca do que aceitar a dura sina das dietas e da ginástica. Ficar sem doces e guloseimas pode ser uma tortura pra alguém com ansiedade, por exemplo. Privar-se do prato predileto pode acabar com a vida dos mais deprimidos. Comer é uma das nossas fontes de prazer mais constantes. E o gordo, verdade seja dita, é aquele cara que goza muito bem a vida. Melhor o desfrute de uma alimentação rica em carboidratos e envolvente ao paladar do que uma refeição sem graça, aquela que soa mais como ração do que como deleite.
A dieta tem tudo pra virar neurose, distúrbio. Lá em casa tenho minha mãe que é gordinha também. Chega a ser engraçado entrar na cozinha e ir se deparando com nossos recursos de emagrecimento. É um pote de semente de chia aqui, um chá verde ali, um chá de hibisco acolá...uma loucura. Gojiberry também já tentamos.
Academia eu fiz, mas não faz meu tipo. Vejo com melancolia esse pessoal que topa malhar em recintos como esses. Aquilo dá um tédio danado só de ver. Quando passo correndo no parque também vejo consternado aquelas moças que fazem treino funcional. É gente funcional fazendo exercício funcional. Me dá uma angústia. Pra ser bem sincero, gosto de ver as mocinhas corpulentas e bonitas, mas só, fico até com pena de vê-las naquele troço maçante. E tem aquelas músicas chatas tocando na caixa de som. Dá fastio só de ouvir. É o pior da música pop numa combinação sinistra. Personal trainer devia ter noção de música na faculdade. Fica a dica aos catedráticos da área, caso algum deles caia nesse blog por engano. Nunca se sabe, mas seria uma inovação e tanto. Nunca vi academia com música de qualidade.
Aos gordinhos de plantão eu desejo sorte. E que o futuro nos seja pródigo em melhores soluções contra a adiposidade. Bem sabemos que ela dá um trabalhão.
Bom depoimento, Medina. Particularmente considero a cirurgia uma opção muito extrema, mas cada caso é um caso. E concordo- academias são sacais.
ResponderExcluirGrande Tejo! Muito bom te receber aqui. Pra quem não conhece, recomendo o blog desse cara. Exímio escritor, belo estilo. Tejo que é um cara fininho. Difícil te imaginar gordo, amigo. Rsrs
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