Sobre a polêmica envolvendo o artista nu na exposição do Museu de arte moderna. Reuni alguns comentários que fiz no Facebook e emendei num esboço de artigo.
A nudez não tem nada de reprovável. Caretice e falso-puritanismo o nome disso. A classe média brasileira é falso-moralista. A classe média é hipócrita. E é pervertida. É essa turma que perverte o mundo ao redor.
A questão aqui é a hiper-sexualiação do nu e da criança. Estão fantasiando erotismo onde não tem. Aqui em cima falei da classe média porque é pertinente um recorte de classe. A elite não se escandaliza com essas coisas; porque a elite é ilustrada, tem acesso a teatro, cinema, vernisages, etc, etc. Eles estão cansados de ver nudez em tudo que é manifestação artística. A classe operária, por sua vez, tem muito mais com o que se preocupar do que ficar "moralizando" a vida alheia. A classe média, que não é erudita ou esclarecida, mas que tem presunção de sobra, faz o maior escândalo diante de manifestações corriqueiras do mundo da arte ou da moral.
Mas, como dissemos, é uma hipocrisia só. Freud explica.
O coro dos recalcados tá expressando suas neuroses. E o artista paga o pato. Coitado do artista. O papel da arte é justamente desmistificar, desvelar, incitar pensamento crítico. E o papel dos escrupulosos é revelar as psicopatologias que assombram a psique.
A direita, oportunista, mistura entreguismo e palavrório neoliberal ao ranço conservador de incautos e segue no encalço do povo pobre. São agruras do modo de produção capitalista, com as contradições que o mesmo implica, com sua base material na exploração do homem pelo homem e suas consequências no que Marx chamava de superestrutura, o campo das idéias hegemônicas que dão substrato ideológico ao sistema social vigente.
E isso só se transforma com revolução social. A questão do enfrentamento ideológico é importante, bem como educação, etc. Mas, no limite, só a inversão da estrutura econômica da sociedade dá jeito.
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