Santo Agostinho, falando sobre as provocações dos algozes de Jesus aos pés da cruz, diz que sua grandeza foi ter se eximido de sua condição divina e ter se entregue a nós por amor. Os soldados romanos zombavam de Jesus dizendo: "Se você é realmente o filho de Deus, então desce da cruz, e nós acreditaremos". Não sabiam, porém, que a grandeza de Jesus era justamente a de ser homem entre os homens, e padecer toda aquela dor por amor aos homens. Jesus poderia ter descido espetacularmente da cruz, num ato miraculoso. Tinha poder para tanto. Mas a grandeza de Jesus foi justamente a de abdicar do poder em função do amor. Era Deus se fazendo homem e se submetendo às condições mais ultrajantes por amor à humanidade. Deus que se fez pobre, que nasceu e viveu entre os pobres, peregrino por caminhos acidentados, que morreu torturado, como um renegado, um bandido, um louco. Passou por tudo aquilo, sendo Deus. Depois ressuscitou e mostrou seu poder. Mas só depois. Na cruz viveu plenamente sua entrega por amor aos homens. O ápice doloroso de uma vida inteira entre nós, na nossa condição humana.
" (...) não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos.
Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum".
Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum".
Isaías 53:2,3