Ontem
visitei a ocupação do IFSP (Instituto Federal de São Paulo), a
antiga escola técnica federal, por onde tive a felicidade de passar
como aluno no primeiro semestre de 2007, no curso de licenciatura em
geografia. O curso não era bem o que eu queria e saí na metade
daquele ano. Voltei pro cursinho e fui prestar outros vestibulares.
O
IFSP fica perto de casa e fiz questão de fazer uma visita à
ocupação dos estudantes. E fiquei muito contente em encontrar a
molecadinha secundarista, junto a estudantes de cursos técnicos e
graduação, num movimento extremamente politizado, consciente, em
busca de seus direitos, mas também em busca do direito das próximas
gerações, de quem ainda vai passar por ali e por outras
instituições públicas e que merece ter seus direitos garantidos.
Se
esse governo, que mais merece ser chamado de desgoverno, quer passar
uma PEC tão violenta e tão injusta, então que a juventude
protagonize a luta. E a luta é assim mesmo, passa por manifestações,
piquetes, por greves e ocupações. A pauta é absolutamente legítima
e os métodos de ação direta, como os utilizados até o momento,
são manifestações AUTÊNTICAS! Diga-se de passagem, são
manifestações garantidas aos cidadãos, garantidas
constitucionalmente. Ninguém está fazendo baderna, ninguém está
criando desordem. E mesmo que estivessem, seriam manifestações
legítimas de uma juventude indignada de ser usurpada em seus
direitos por um governo golpista e ilegítimo, a serviço das grandes
corporações e do mercado financeiro. Repito, toda ocupação é
legítima
Oxalá
essas ocupações se alastrem mais ainda país afora. Até porque a
conjuntura é delicada para os movimentos de luta, num momento de
acirramento ideológico, em que os fascistoides põem as asinhas de
fora, vomitando desaforos, se esgoelando pra defender a livre
iniciativa da economia e o cerceamento a direitos sociais básicos.
Pensam que é o fim da história, como disse Boulos em sua última
coluna, que a esquerda está destroçada e inerte. Muito se enganam.
É agora que a resistência surgirá robusta e vigorosa. É
ingenuidade e burrice pensar que nenhuma resistência surgiria de
tamanha desfaçatez por parte do grande capital e de seus lacaios no
planalto central.
Agora
a mídia golpista e vendida vai fazer o maior alarde pra queimar os
movimentos de ocupação. Vão chamá-los de maconheiros, de
desocupados, vão dizer que estão atrapalhando quem quer estudar e
fazer o enem, etc… Típico do discurso coxinha. Como se os
estudantes não pudessem perder algumas semanas de aula mas pudessem
aceitar passivamente um brutal corte de recursos. É a educação
pública que está em jogo. É a creche das crianças, a faculdade
dos jovens… E quando as condições, que já são dramáticas,
perigam de piorar, é chegado o momento de radicalizar e resistir.
Como trabalhadores que fazem greve, barricadas, que às vezes chegam
a paralisar setores imprescindíveis, mas que o fazem por motivações
significativas, por causas que envolvem relevância social, assim os
estudantes ocupam suas escolas e centros universitários.
Que
a estudantada ocupe tudo! Como eles dizem, que ocupem geral!
Rumo
à greve geral! E viva a unidade operário-estudantil!
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