Nenhum político profissional é insubstituível no tabuleiro da democracia burguesa. Essas figuras são marionetadas por força muito superior ao que representam suas personalidades e trajetórias. O grande capital é o dono da situação, é quem paga a banda e escolhe a música. Ninguém está imune a ser corrompido.
A grande maioria dos atores políticos entra nesse mundo justamente pra isso. Não se trata de dever cívico, vocação para a política. Trata - se de interesses pessoais, altos salários, oportunidades a perder de vista num mundo de lobbys e propinas. O sujeito presta um serviço de testa de ferro, de laranja, porque é o capital que está acima de tudo, que manda e desmanda, que coopta elementos para dispensá - los quando assim o aprouver.
Isso aconteceu com Eduardo Cunha no ano passado, pouco depois de ter sido um dos principais articuladores do golpe; e isso acontece agora com José Serra, por exemplo, poucos meses depois de articular a entrega do pré - sal às corporações estrangeiras. Agora o sujeito é queimado em cadeia nacional por delatores da Odebrecht e em pouco tempo será mais um pária, um renegado, e cederá terreno a outro entreguista a serviço dos interesses imperialistas. Como Alckmin e Aécio caminham no mesmo rumo do descarte, o mais provável é que o próximo a ser convocado à presidência seja João Dória, bem ao estilo outsider, como Trump nos EUA. E virá com aquela conversa fiada de que é gestor e não político. E vai querer privatizar o que encontrar pela frente.
Está claro como em dia de sol aberto e céu limpo que o plano do imperialismo é queimar a candidatura de Lula para abrir caminho a alternativa abertamente neoliberal, pra avançar no ajuste fiscal e rifar conquistas sociais. Tudo para que o mercado seja escancarado às corporações americanas e que o erário público brasileiro continue religiosamente destinado ao rentismo.
Moral da história: muda - se os picaretas profissionais que encenam a farsa democrática mas a picaretagem é a mesma de sempre. Por isso a importância de apontarmos para um horizonte estratégico revolucionário. Só a revolução e o socialismo porão a termo essa lógica perversa para em seu lugar implantar algo diametralmente oposto. Por isso a importância de romper com o petismo e tudo o que ele representa, romper com os reformismos e ir na raiz de todo esse sistema de injustiças.
sexta-feira, 21 de abril de 2017
quinta-feira, 20 de abril de 2017
CRIAR PODER POPULAR
A atual crise política brasileira, crise de representatividade, de corrupção sistêmica e institucionalizada, é a prova cabal de que só o advento de uma revolução socialista a implantar uma democracia direta em esquemas de conselhos populares seria capaz de livrar o país do peso secular que nos impede o pleno desenvolvimento de nossas capacidades.
O estado brasileiro, desde seu início, foi aparelhado por castas políticas que serviam a interesses externos, e nas poucas vezes em que se desenhou alguma autonomia foi submetido a golpes para que voltasse a satisfazer plenamente os desejos dos donos da situação, seja a metrópole portuguesa quando ainda éramos colônia ou os imperialismos britânico e norte-americano, este último interferindo em praticamente tudo o que se passou por aqui nos últimos três quartos de século. Estamos padecendo por uma estrutura secular de desigualdade e subdesenvolvimento, miséria e alienação. E a depender da classe política que temos, do judiciário servil às elites e da tacanha e nada nacional -desenvolvimentista burguesia que temos, permaneceremos estagnados, dependentes da flutuação do mercado internacional de commodities e amargando altos índices de desemprego, vulnerabilidade social, violência e todo tipo de mazelas comuns ao grave estágio de decadência ao qual estamos atirados desde sempre.
Aliado à frações da burguesia nacional e surfando na onda de um período mais promissor aos países emergentes, o PT cedeu migalhas em sua gestão presidencial e até antes da crise de 2008 chegar violenta ao Brasil, logrou ceder poder de compra à população, limitado a produtos específicos, verdade seja dita, mas algo inédito até então dentro das expectativas das parcelas mais carentes da sociedade, para logo em seguida retirar direito por direito conquistas sociais e trabalhistas. Por sua ligação com os sindicatos e movimentos populares e vítima de um preconceito com as elites que não o aceitaram apesar dos serviços prestados, o PT foi duramente apeado do poder para abrir caminho a uma camarilha abertamente pró - mercado financeiro e incumbida de passar todo tipo de retrocessos, uma agenda violentíssima de ataques aos trabalhadores e aos programas sociais, o que já tem jogado parcela considerável da população na miséria novamente e vetado importantes mecanismos de inclusão social que poderiam garantir alguma dignidade apesar da crise.
A experiência com o PT foi dura para o povo, que nutria esperança no partido e que o viu aderir ao carcomido esquema de poder baseado em alianças com o pior tipo de gente possível, ceder às chantagens, e, por fim, não resistir ao golpe, entregando o poder de bandeja aos contumazes estelionatários que agora se vêem à frente da situação. Tudo parece concorrer à conclusão que agora apontamos: não há diálogo possível com os poderosos, não há aliança razoável a estabelecer com eles. As duras atribulações a que fomos expostos nos levam a concluir que a solução é derrubar esses desgraçados de seus postos e assumir o poder, para que o próprio povo brasileiro, a frente da situação, faça por onde reordenar a economia de acordo com seus reais interesses, expropriando quem há séculos nos expropria e redistribuindo com justiça o que é fruto de nosso trabalho. Não há mais espaço para falsas alternativas, esperanças que não são nossas. Só o povo no poder vai fazer reforma agrária, vai estancar a sangria do pagamento da dívida pública e reverter verba para que os serviços públicos funcionem com excelência. A tarefa revolucionária no Brasil cabe à classe trabalhadora, e é exclusiva e inalienável.
O momento agora é de sistemática denúncia das arbitrariedades promovidas por esse desgoverno, ao mesmo tempo que apontamos para a necessidade de transição ao socialismo, com pautas de diminuição da jornada de trabalho e pleno emprego, salário mínimo vital com reajustes automáticos de acordo com a inflação, planos de obras públicas com controle operário, democratização da mídia e fim das polícias.
CRIAR PODER POPULAR!
Imagem de comício na Praça da Sé. Greve geral de 1917
O estado brasileiro, desde seu início, foi aparelhado por castas políticas que serviam a interesses externos, e nas poucas vezes em que se desenhou alguma autonomia foi submetido a golpes para que voltasse a satisfazer plenamente os desejos dos donos da situação, seja a metrópole portuguesa quando ainda éramos colônia ou os imperialismos britânico e norte-americano, este último interferindo em praticamente tudo o que se passou por aqui nos últimos três quartos de século. Estamos padecendo por uma estrutura secular de desigualdade e subdesenvolvimento, miséria e alienação. E a depender da classe política que temos, do judiciário servil às elites e da tacanha e nada nacional -desenvolvimentista burguesia que temos, permaneceremos estagnados, dependentes da flutuação do mercado internacional de commodities e amargando altos índices de desemprego, vulnerabilidade social, violência e todo tipo de mazelas comuns ao grave estágio de decadência ao qual estamos atirados desde sempre.
Aliado à frações da burguesia nacional e surfando na onda de um período mais promissor aos países emergentes, o PT cedeu migalhas em sua gestão presidencial e até antes da crise de 2008 chegar violenta ao Brasil, logrou ceder poder de compra à população, limitado a produtos específicos, verdade seja dita, mas algo inédito até então dentro das expectativas das parcelas mais carentes da sociedade, para logo em seguida retirar direito por direito conquistas sociais e trabalhistas. Por sua ligação com os sindicatos e movimentos populares e vítima de um preconceito com as elites que não o aceitaram apesar dos serviços prestados, o PT foi duramente apeado do poder para abrir caminho a uma camarilha abertamente pró - mercado financeiro e incumbida de passar todo tipo de retrocessos, uma agenda violentíssima de ataques aos trabalhadores e aos programas sociais, o que já tem jogado parcela considerável da população na miséria novamente e vetado importantes mecanismos de inclusão social que poderiam garantir alguma dignidade apesar da crise.
A experiência com o PT foi dura para o povo, que nutria esperança no partido e que o viu aderir ao carcomido esquema de poder baseado em alianças com o pior tipo de gente possível, ceder às chantagens, e, por fim, não resistir ao golpe, entregando o poder de bandeja aos contumazes estelionatários que agora se vêem à frente da situação. Tudo parece concorrer à conclusão que agora apontamos: não há diálogo possível com os poderosos, não há aliança razoável a estabelecer com eles. As duras atribulações a que fomos expostos nos levam a concluir que a solução é derrubar esses desgraçados de seus postos e assumir o poder, para que o próprio povo brasileiro, a frente da situação, faça por onde reordenar a economia de acordo com seus reais interesses, expropriando quem há séculos nos expropria e redistribuindo com justiça o que é fruto de nosso trabalho. Não há mais espaço para falsas alternativas, esperanças que não são nossas. Só o povo no poder vai fazer reforma agrária, vai estancar a sangria do pagamento da dívida pública e reverter verba para que os serviços públicos funcionem com excelência. A tarefa revolucionária no Brasil cabe à classe trabalhadora, e é exclusiva e inalienável.
O momento agora é de sistemática denúncia das arbitrariedades promovidas por esse desgoverno, ao mesmo tempo que apontamos para a necessidade de transição ao socialismo, com pautas de diminuição da jornada de trabalho e pleno emprego, salário mínimo vital com reajustes automáticos de acordo com a inflação, planos de obras públicas com controle operário, democratização da mídia e fim das polícias.
CRIAR PODER POPULAR!
Imagem de comício na Praça da Sé. Greve geral de 1917
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