sábado, 14 de fevereiro de 2015

Panis et circenses

                                                                                             poema


Colombinas, Pierros e  Arlequinos
Salgados de frango, mortadela, e aguardente de cana...
Rembrant pra puta que pariu!
Panis et circenses!

Lábios vultuosos
Virilhas depiladas
Me levem pelas mãos, irmãos
Cantem musicas de ninar
Cantem salmos de alegria
Quero mimos e gracejos
Quero doces e guloseimas
Depois o sono dos justos...
Vamos convidar as putas para um café
Um capuccino
Um jogo de damas
Um xadrez de cinco minutos
Nessa Babilônia em que eu  vivo,
Onde bons quadros mofam nas paredes,
Não adianta muito querer ouvir citaras e oboés
Me engolem os leões
Me aniquilam
Me destroçam
Me ocultam o cadáver os mórbidos vassalos do capital
Panis et  circenses!

A euforia vem pra capitulação dos soldadinhos
                                                                [ de chumbo?
Ela vem nua em pelo?
Ou vem cheirando feito carne crua que aos animais
                                                                                 [ se joga?
Ah, irmãos, me beijem a fronte
Despejem discursos languidos nos meus ouvidos
Consolações pueris no meu peito peludo
Vamos a forra?!
Eu bem sei que irão pra farra
Empreendedores de fartos bacanais
A hora e dos sacerdotes clownescos
Das pitonisas onanistas
Das hercúleas tarefas das ninfetas
Os dias são sombrios, mascarados
Mas tem alienação bem travestida
Tem sacanagem gratuita
E cerveja barata
Tem poeta moralista
E auto-critica mal feita
Mulheres sorridentes e  animadas
Panis et  circenses...



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