sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Passe livre já!

                                                                                     por Mário Medina


E lá vem mais aumento...

Prefeitura e estado anunciaram no início do ano mais um aumento da tarifa do transporte público, dessa vez de R$ 3,50 para R$ 3,80. Alckmin e Haddad, PT e PSDB, mancomunados com a máfia dos transportes, infligem mais esse castigo à população. Assim como diversos prefeitos estado afora. Isso porque estamos em ano eleitoral. Mas a cara de pau é tanta que até esse detalhe eles trataram de esquecer.
A desculpa dessa vez é que as passagens estão sendo reajustadas abaixo da inflação do período, como se os preços ainda não estivessem acima de qualquer margem de razoabilidade.
A questão aqui nem é a inflação, mas o preço, que já extrapolou todos os limites. Muitas pessoas não andam de transporte público devido às elevadas taxas cobradas. Andam a pé porque não tem dinheiro para pagar a tarifa.
Ou seja, são cerceadas parcial ou completamente no seu direito de ir e vir, de se deslocarem livremente pela cidade. E isso não se trata de uma questão sem relevância. Muita gente fica sem acesso aos bens públicos, ao lazer, à saúde, etc, porque não tem renda para pagar estes preços abusivos.
Acresce a isso o fato do transporte público em São Paulo nem de longe fazer jus a alguma qualidade esperada para o mesmo. Trabalhadores continuam andando feitos sardinha em lata nos horários de pico, em situação degradante, de continuo desconforto, insegurança, etc... E se tiver revolta popular, logo mandam chamar a truculenta polícia, com direito a todo tipo de recurso de repressão, tais como bombas de lacrimogênio e gás pimenta.



O lucro deles ou o nosso direito?

Quem controla a perversa lógica do transporte em São Paulo são os donos das companhias de ônibus, uma verdadeira máfia que concentra o serviço de transporte graças aos lobbys com parlamentares e membros do executivo. O bem estar do cidadão não é importante para esses parasitas. Eles querem mesmo é garantir suas altas taxas de lucro. Vide os baixíssimos salários dos trabalhadores do setor.
Transporte é uma necessidade e um direito do cidadão, assim como outros serviços, como educação, saúde, previdência. Como costuma dizer Lucio Gregory em suas palestras sobre o passe livre, é o direito de ir e vir.  Assim como contamos com o serviço dos hospitais públicos em caso de doença, assim deveríamos contar com o transporte público sempre que tivéssemos necessidade do mesmo.
Fazer de uma necessidade do cidadão uma fonte de lucro de um punhado de capitalistas mal intencionados é uma maldade política permitida pelo sistema que garante a continuação dessa lógica maldita.
Nesse sentido, a esquerda mais combativa e coerente reivindica a aplicação do sistema de passe livre, projeto que inclusive foi apresentado a câmara pelo vereador Toninho Vespoli; e mais, reivindica a municipalização do sistema de transporte.
É necessário colocar o transporte publico a serviço da trabalhadora e do trabalhador, seu funcionamento sob a direção dos trabalhadores da categoria, sua propriedade sob o poder e a administração da população que o utiliza, e que por isso mesmo se preocupa de fato com sua qualidade e funcionamento. Todo o resto é conversa pra boi dormir elaborada por quem quer lucrar com a desgraça alheia.

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