quinta-feira, 2 de abril de 2020

Covid 19 > Socializar ou barbarizar?



A situação de crise que tá colocada exige uma política de renda mínima. Mundialmente isso tá sendo posto.
E é uma tendência que já vem de antes do covid. Não tem emprego. É cenário de crise sistêmica do capital. O covid é um assunto sério. Mas também tá servindo de blindagem pra essa crise financeira internacional.



É uma oportunidade de um reset no sistema, de um reordenamento de capitais e investimentos. A gente já vem colocando isso aqui no debate há umas duas semanas. E temos que observar atentamente as análises dos economistas de esquerda. Dar ouvidos à crítica da economia política. Ouvir atentamente o Pepe Escobar, observar as movimentações da geopolítica.

Não podemos cair no distracionismo da mídia mainstream. Não podemos incorrer em movimentismos típicos da esquerda pós moderna, em histeria ou paranóia. Temos de ser o baluarte da razão materialista e dialética. Correlacionar com ponderação os dados que a realidade tá nos apresentando.

O Lula não vai dar ao povo a alternativa. Nem o Ciro, ninguém, nenhum desses caras. Porque eles não vão às raízes da questão. Somos nós que temos que avaliar o peso da crise e suas implicações. Temos de ter autonomia intelectual, desenvolver apurado senso crítico.

Com relação às medidas que estão sendo votadas no congresso nacional, temos de observar que são medidas mirabolantes até, em vista do que é usual sair dali. Em geral são pacotes de maldade e ajuste fiscal que recebemos desses caras. De sorte que medidas de distribuição de renda nos soam como coisas espetaculares. Mas essa é a tendência mundial. O sistema precisa injetar dinheiro pra movimentar a economia. Altas remessas de dinheiro já foram encaminhadas aos bancos e à especulação. O dinheiro pro povo é café pequeno. É migalha. Deveria ser mais dinheiro. E deveria estar na conta das pessoas já.

Temos de exigir esse dinheiro. É dinheiro nosso. Temos de lutar por investimentos também, na saúde principalmente, na construção de infraestrutura de saúde, de obras públicas imediatas pra sanar esse gargalo e pra salvar vidas. Temos de exigir a reconversão da produção nas indústrias. As linhas de produção deveriam estar ocupadas por EPI pros trabalhadores da saúde, por respiradores mecânicos para os doentes que terão de ser entubados.

E tudo isso temos de fazer sem perder de vista que não podemos deixar que o poder público nas mãos da burguesia transforme a nossa vida num inferno de cerceamentos e restrições. Porque esses malditos estão em pleno laboratório de controle social.

O Netanyahu em Israel mandou fechar o parlamento. Vamos deixar isso acontecer por aqui?! Tem governador mandando a polícia descer o cacete nos trabalhadores ambulantes, nas juventudes que frequentam praias, praças, etc. Isso é inadmissível.




São os trabalhadores do mundo que devem apontar a direção.
Temos de ver com bons olhos a insubmissão e a rebeldia daqueles que se colocam contra os poderosos desse mundo. Aqueles que ao ver seus filhos com fome, não se furtam de saquear mercados, de ocupar fábricas, de expropriar milionários.

O bom das situações de emergência é que elas engendram conjunturas revolucionárias.  Estamos diante de um embate entre revolução e contra-revolução. Ou esmagamos a ordem do capital ou ela termina de nos esmagar.


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